Cuidados com o câncer em idosos

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O avanço da medicina e os crescentes cuidados com a saúde e alimentação estão impulsionando a população idosa. E a doença que mais atinge a população com mais de 60 anos e considerada o mal do século é o câncer. Ele é uma doença intimamente relacionada com a idade, visto que metade das neoplasias ocorre em pacientes acima dos 70 anos e este grupo apresenta alta mortalidade.
Neste dia 25 de setembro, em que se comemora o Dia Nacional do Idoso, a médica oncologista clínica do Hospital HSM, Danielle Feio, relata que a mortalidade nesta faixa etária tem diminuído devido, principalmente, à detecção precoce, aos tratamentos mais eficazes e o fato da doença ser menos agressiva nesta faixa etária por causa do estado de menopausa, no caso das mulheres. Uma boa notícia para se festejar. Nesta entrevista, a médica esclarece sobre o câncer em idosos.
Quanto mais idade, maior a chance de desenvolver câncer?
Dra. Danielle Feio – Sim, por ser o principal fator de risco para o câncer,  quanto mais idade, maiores os riscos de desenvolver a doença. Além disso, outros fatores também aumentam o risco da doença, como a menarca (primeira menstruação) mais cedo e a menopausa tardia, no caso das mulheres, o sedentarismo, obesidade, ansiedade, estresse, angústia, tristeza, depressão, tabagismo, consumo de álcool e reposição hormonal. O componente genético é responsável apenas por 10% dos casos.
Quais os cânceres mais comuns em homens e mulheres a partir dos 60 anos?
Danielle – São os de próstata, pulmão, mama e cólon. Esses casos acometem de 2/3 a 3/4 das pessoas que têm mais de 65 anos, de acordo com dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer. Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas – ONU, de cada três mulheres, uma terá câncer. Entre os homens, um em cada quatro homens desenvolverá a doença. Ambos, entre 60 e 79 anos de idade, infelizmente. Felizmente esses tipos de cânceres são menos agressivos e potencialmente curáveis. No Pará, em 2014, por exemplo, 30,42% das idosas desenvolveram câncer de mama, segundo um estudo publicado por mim em Chicago, na ASCO (Sociedade Americana de Clínica Oncológica).
No caso do câncer de mama, em mulheres com mais de 65 anos é menos agressivo do que nas mulheres mais jovens? Por quê?
Danielle – Sim. A agressividade nas pacientes mais jovens, principalmente abaixo de 40 anos, é maior, pois os tumores têm pior prognóstico. Em pacientes com idade mais avançada, os tumores têm menor potencial de recorrência e são mais diferenciados. O estado menstrual é importante, ou seja, melhor o prognóstico na pós-menopausa e inferior na pré-menopausa. A obesidade também é um fator prognóstico, por ser desfavorável. Além disso, a metástase é menos comum, pois geralmente tumores retornam em mulheres mais jovens e, outro fator, é o estado de menopausa.

E a recuperação no câncer de mama, como é a resposta ao tratamento?
Danielle - A recuperação das pacientes idosas, na maioria das vezes, é muito boa, e a resposta ao tratamento também, pois estas pacientes têm receptores de hormônios positivos e muitas vezes complementamos o tratamento com uso de hormônios direcionados ao tratamento do câncer de mama. E algumas não recebem tratamento com quimioterapia, apenas com hormonioterapia. Não devemos esquecer que o câncer é uma doença ligada ao estilo de vida e hábitos. E quanto mais idosa a pessoa, naturalmente, mais suscetível a essa neoplasia. Os exames preventivos são grandes aliados na prevenção de qualquer problema de saúde e não seria diferente em relação ao câncer. No caso do câncer de mama, a mamografia feita sistematicamente ajuda muito. Para os homens, a visita ao urologista permite diagnosticar tanto a Hipertrofia Benigna da Próstata quanto o câncer em fase inicial e, portanto, ainda curável.

Danielle Feio
Fonte: category HSM

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