Nova estratégia reduz as chances de reincidência da doença
Por Lisiane Flor -
Uma criativa apresentação teatral do tumor atacando as células saudáveis no organismo, abriu uma das plenárias do II Congresso Todos Juntos Contra o Câncer. Os oncologistas Dr. Antonio Buzaid e Dr. Fernando Maluf, do Centro de Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, representaram a cena.
Muitas formas de tratamento já são utilizadas, como a quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e cirurgia. Além disso, também é possível agir por conta própria com exercícios e alimentação. “Existem vários trabalhos que mostram que o exercício libera hormônios que protegem contra o câncer de mama e próstata e reduzem a taxa de mortalidade” afirma o Dr. Maluf. É constatado que pacientes com dieta rica em açúcar e gordura, tem duas vezes mais chances de apresentar reincidência da doença.
De acordo com os especialistas, a imunoterapia é a estratégia de tratamento mais promissora que concerne a remissão de potencial da doença.
Ainda em experimento, a imunoterapia trabalha na estimulação do sistema imunológico, com a aplicação de substâncias que interferem na reação biológica do sistema de defesa, de uma forma menos prejudicial ao corpo. Existem dois tipos: ativa e passiva. Na ativa, a função principal é restringir o crescimento do tumor, já na passiva, o objetivo é combater as células tumorais.
Diferente da imunoterapia, a quimioterapia ataca as células cancerígenas e outros tecidos do corpo, como o sangue (células de defesa, glóbulos vermelhos e plaquetas), mucosas (boca e trato gastrointestinal) e cabelos (folículos capilares). Com efeitos colaterais bem conhecidos, ela causa náusea, vômitos, perda de apetite, fraqueza, anemia e queda de cabelo. Para este último, já há solução que ajuda a manter de 70% a 80% do cabelo. Uma touca de gel resfriada reduz a circulação sanguínea, diminuindo a chegada do sangue com medicamento até a região da cabeça. Existem poucas contraindicações, como nos casos de câncer de origem hematológica, entre os linfomas e leucemias.
Hoje, a queda de cabelo, nomeada de alopecia, é um dos principais fatores que incidem na depressão, ansiedade e imagem corporal negativa, interferindo na progressão do tratamento. Esse tipo de procedimento só é possível graças às pesquisas clínicas que buscam novos tratamentos, mais eficazes e com menor agressividade ao corpo. “A pesquisa clínica é a melhor estratégia, e que mais poderá ampliar o acesso ao tratamento”, afirma o Dr. Buzaid.
Pesquisas clínicas
O Brasil está muito atrás na corrida das pesquisas clínicas. Ele representa apenas 1,7% das pesquisas desenvolvidas no mundo. Além disso, o país também é um dos que mais levam tempo para a aprovação de novos produtos, com uma espera de 10 a 14 meses.
Esse é o único país que precisa de uma aprovação tripla para a liberação de um novo medicamento. A primeira fase passa por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), depois pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e por último, é enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
De acordo com Dr. Buzaid, os procedimentos aplicados no Brasil levam a impactos negativos tanto para médicos, quanto para pacientes, entre eles, a perdas de estudo, distanciamento das inovações, redução na produção científica e falta de acesso dos pacientes à tratamentos inovadores.
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