Um novo relatório organizado pelo movimento Todos Contra o Câncer e entregue ao Ministério da Saúde revela um retrato importante do impacto do câncer no Brasil. E aponta uma das principais barreiras que a população enfrenta: o diagnóstico tardio, que ocorre quando a doença já se espalhou. De acordo com os dados, 60% dos pacientes brasileiros — e 87,9% dos pacientes com câncer de pulmão — são diagnosticados em estágio avançado.
Vários fatores são apontados para explicar o problema. Grande parte da população não tem acesso aos exames e tratamentos, seja pela falta de centros especializados ou pela longa espera pela consulta com médicos especialistas pelo SUS. Embora uma lei criada em 2012 assegure o início do tratamento em um prazo de até 60 dias, o tempo médio de espera pela quimioterapia e radioterapia é de 73,6 e 113,4 dias, respectivamente.
O levantamento ainda indica que 25% da população — 50,6 milhões de pessoas — possui cobertura de planos de saúde, mas os pacientes oncológicos muitas vezes não conseguem que o tratamento seja realizado pelo convênio e buscam o SUS.
Juntos, o diagnóstico tardio, as falhas no atendimento e o atraso na aprovação de pesquisas e novos medicamentos aumentam a mortalidade decorrente da doença no país. Também sobem os gastos com repetidas internações e procedimentos.
As cerca de 50 entidades brasileiras que formam o movimento Todos Contra o Câncer dizem que a intenção do levantamento é ajudar o governo a identificar as urgências e oferecer informações para mudar o quadro. Atualmente, o câncer é a segunda principal causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
Fonte: UOL //
Comentários
Postar um comentário