Sancionada lei que obriga a
reconstrução da mama na mesma cirurgia de remoção do tumor
Lei (12802/13) que determina a
reconstrução da mama na mesma cirurgia em que for realizada a retirada por
causa de câncer sancionada pela presidente Dilma Rousseff teve origem na
Câmara.
A lei atual altera a lei 9797, de
1999, que já determina a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora pelo
SUS, mas sem um prazo para que ela seja realizada.
A autora da proposta na Câmara,
deputada Rebeca Garcia, do PP do Amazonas, alertou que em função de uma espera
pela reconstrução - que pode chegar a cinco anos - muitas mulheres desenvolvem
um quadro depressivo.
"O que acontece na grande
maioria dos casos: a pessoa tem condição de fazer essa cirurgia no mesmo ato. O
que é infinitamente favorável a essa pessoa que está passando por esse processo
de doença. Como é também favorável à União que deixa de ter que fazer duas
cirurgias, uma de retirada da mama e outra de implante da prótese, e passa numa
única cirurgia a fazer os dois processos diminuindo os custos do governo
federal."
No Distrito Federal, três hospitais
realizam esse procedimento. Desde a vigência da lei, já foram realizadas 35
cirurgias de reconstrução imediata.
O coordenador de cirurgia plástica do
DF, José Adorno, explicou que o número ainda é pequeno porque os hospitais
ainda estão se adaptando à lei.
"Nós temos estrutura para fazer
isso. Nós temos profissionais para fazer isso, só que nós temos que formar
equipes e temos que ter uma estrutura mais adequada tanto de sala de cirurgia,
da parte da mastologia e da cirurgia plástica para as equipes atuarem
conjuntamente."
Para Marilda Rodrigues, de 68 anos,
que é voluntária no Hospital de Base em Brasília e teve seu primeiro câncer de
mama há 30 anos, a reconstrução é fundamental para a melhoria da autoestima de
mulheres que passaram pela retirada total de uma ou das duas mamas.
"As mulheres quando entram para
a cirurgia já saem com essa preocupação de serem mutiladas, acaba com a
autoestima, principalmente as que fazem quimioterapia que ainda cai o cabelo.
Eu acho isso fundamental."
Estimativas do Instituto Nacional do
Câncer apontam para o surgimento de 57 mil novos casos de câncer de mama em
2014, sendo que desse total 13 mil mulheres poderão morrer.
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