Fórum Ser Homem discute prevenção, acesso e tratamento

Evento sobre saúde masculina reuniu especialistas e representantes políticos durante Congresso TJCC

 O Congresso Todos Juntos Contra o Câncer chegou à sua segunda edição e, mais uma vez, o Instituto Lado a Lado pela Vida participou ativamente das discussões, com a realização do I Fórum Ser Homem no Brasil.
Pioneiro no debate da saúde masculina no país, o Instituto reuniu especialistas para traçar um panorama do câncer de próstata no Brasil, a partir de questões como prevenção e acesso ao tratamento. 
O Congresso é parte do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, que começou em 2014 quando um grupo de líderes de mais de 50 instituições, entre elas o Instituto Lado a Lado pela Vida, se uniu para começar a reivindicar pelas principais demandas da oncologia.
Em 2016, o Fórum Ser Homem no Brasil deve ganhar sua 2ª edição, com realização prevista para novembro, durante o mês mundial de combate do câncer de próstata, em Brasília. 
Realidade do câncer de próstata
O I Fórum Ser Homem no Brasil contou com a participação da presidente do Instituto, Marlene Oliveira, do deputado Jorge Silva (PROS-ES), presidente da Frente Parlamentar de Atenção Integral à Saúde do Homem, do Dr. Aguinaldo Cesar Nardi, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, do Dr. Fernando Cotait Maluf, diretor do serviço de oncologia do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, do Dr. Ricardo Caponero, médico oncologista, do Dr. Rodrigo Lima, médico hematologista e diretor executivo do Grupo Oncologia D’Or, e da diretora de conteúdo na Onconews, Valéria Hartt.
As discussões se estenderam desde a comunicação entre médico e paciente até as práticas aplicadas pelo Ministério da Saúde para a escolha dos tratamentos. Em sua fala, o deputado Jorge Silva reconheceu que houve poucos avanços nas políticas de atenção ao Homem. Ele aponta que a Lei 12.732, criada em 2012, para garantir o acesso ao início do tratamento em até 60 dias, ainda não tem a eficiência que deveria.
Durante o debate, os palestrantes ainda apontaram falhas no Sistema Único de Saúde (SUS) e todos concordaram sobre a necessidade de quebrar os paradigmas e acabar com o preconceito do exame de próstata e a cultura do homem inatingível.
“O trabalho de empoderamento de informação que o Instituto faz é algo de extrema importância e relevância para a sociedade”, avaliou o deputado.
Hoje, pesquisas mostram que quase a metade dos homens nunca foi ao urologista. E que 1\3 dos pacientes diagnosticados se encontram em estágio avançado ou já metastático. Isso é reflexo da desinformação e da demora no encaminhamento e seguimento do tratamento. 
A falta de tecnologias e lentidão na aprovação de novos medicamentos fortalece ainda mais esse panorama. No Brasil, chega a demorar 10 vezes a liberação de um novo produto para o tratamento comparado com outros países como os EUA. Enquanto isso, cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata morrem no país. Isso é 2 vezes mais que nos estados americanos.
Na tentativa de combater este cenário, o Instituto procura ir onde o homem está. “Fazemos ações em empresas, eventos automobilísticos, construção civil, onde for preciso”, enumera Marlene Oliveira sobre uma das principais estratégias do Novembro Azul.
Para Valéria Hartt, “o câncer de próstata precisa ocupar espaço na agenda de saúde e o Fórum Ser Homem sinaliza essa necessidade, além de mostrar o protagonismo do Lado a Lado”, avalia sobre a iniciativa.
Em pauta
•    A Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem
•    Posicionamento do MS acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul
•    A gama de medicamentos disponíveis atende as necessidades no SUS e no sistema privado?
•    O tratamento da doença localizada
•    Câncer de mama e próstata: por que existem tantas disparidades?
•    Políticas de saúde no mercado privado e a otimização de recursos
Agenda estratégica sobre saúde masculina
Após o Fórum, foi realizada uma reunião com 25 convidados para discutir os principais temas ligados à saúde masculina e, com o consenso de todos os presentes, uma Agenda Estratégica foi montada com as prioridades a serem trabalhadas a partir de 2016. O Instituto, de posse desta agenda, está se organizando para mobilizar os principais stakeholders ligados à saúde masculina para prosseguir com o trabalho de advocacy, que visa abordar o tema de forma mais ampla, trazendo para a discussão as doenças cardiovasculares, o HPV e as doenças crônicas, entre outras que também fazem parte do universo masculino.




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