Câncer de pele dá sinais. É preciso prestar atenção no seu corpo!





Reunião Estratégica discute atual cenário e ações preventivas para diminuir o câncer de pele




Pintas, manchas, sardas. Quem não tem pelo menos uma pelo corpo, não é? Alguns adoram, já outros tentam esconder a qualquer custo com maquiagens e cremes. Você já reparou se essas inocentes marquinhas cresceram, criaram bordas ou mudaram de cor nos últimos tempos?  Quando foi a última vez que você realmente prestou atenção nelas? Esse tem sido um alerta dos dermatologistas e um dos temas debatidos em Reunião Estratégica sobre Câncer de Pele e Melanoma, realizada por iniciativa do Instituto Lado a Lado pela Vida.
O alerta é de que simples alterações vistas a olho nu podem se transformar em grandes preocupações no futuro. “As lesões de pele, quando em fase mais avançada, evoluem rapidamente. Uma simples pinta pode se transformar em um melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele”, aponta a oncologista Carolina Kawamura Haddad, integrante do primeiro painel de discussão da Reunião Estratégica. Apesar de acontecer em poucos casos, o melanoma, se não identificado e tratado previamente, pode levar à metástase, com disseminação das células cancerígenas pelo corpo através da corrente sanguínea. 
A especialista destaca que o principal fator causador ainda é o sol. “Os raios ultravioletas são os maiores vilões dessa história. Eles penetram na pele e danificam as camadas, modificando as células. Até existem alguns casos de melanoma familiar, mas são muito raros”. 
Para os casos de hereditariedade, a indicação seria o mapeamento genético, mas a dermatologista Paula Sanchez, que também estará na Reunião Estratégica, afirma que este tipo de serviço ainda não é oferecido no Brasil. “O mapeamento genético completo não é feito de rotina no Brasil e sim apenas de forma experimental em estudos”. 
Grandes alvos do câncer de pele
Entre as mais atingidas pelo câncer de pele estão as pessoas com pele clara, olhos claros e outras lesões prévias. Algumas deficiências genéticas também favorecem o surgimento do tumor, como albinos, que não produzem uma quantidade suficiente de melanina – substância que protege as camadas da pele. 
A grande preocupação dos médicos em fazer o uso correto do protetor solar e dos acessórios de proteção também gira em torno da fase da vida em que mais se está suscetível ao câncer de pele: a infância e a adolescência. “A falta de prevenção nessa época é um dos fatores para o surgimento do câncer na fase adulta”, afirma a dra. Kawamura.    
Outro grande alvo da doença são os trabalhadores rurais. Em 2010 uma pesquisa do IBGE relatou que 16% da população brasileira era do meio rural, mas em 2015 o Ministério do Desenvolvimento Agrário trouxe um novo dado: 36% da população brasileira é rural. Isso representa mais de 73 milhões de pessoas que vivem em regiões com menos de 5 mil habitantes – condição para ser determinado um município rural.  
Essa divergência de dados entre as pesquisas é um comprovante da afirmação da psicopedagoga Deimiluce Lopes Fontes Coaracy, coordenadora de Programas e Projetos na área de saúde rural do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) Central. “Temos que explorar a realidade de quem trabalha no campo exposto ao sol diariamente. Ainda não existem muitos dados conclusivos do recorte da população rural com pesquisas e informações, mas por sua rotina de trabalho com exposição intensa ao sol, sabemos que é uma população de grande risco”. 
A psicopedagoga comenta que o principal papel do SENAR é explicar a importância do uso de equipamentos de segurança individuais e coletivos como protetor solar e boné árabe. “Com uma carga horária de 10 horas por dia, de segunda a segunda e um trabalho polivalente, o trabalhador rural não tem como escolher a que horas vai se expor. Então precisamos mostrar como ele deve se expor e quais os riscos para sua saúde em não seguir as indicações”. 
A responsabilidade em fornecer os equipamentos de proteção deve ser do empregador, de acordo com a NR31. Ele precisa garantir que seus colaboradores estejam munidos de equipamentos que reduzam as chances de desenvolver doenças por ocorrência trabalhista. “O ruralista precisa entender que a proteção da pele vai muito além da beleza ou dos cuidados com o envelhecimento. É uma questão de saúde pública”.      

 





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