Contra o frio, voluntários espalham casinhas de cachorro em cidade de Santa Catarina

Bruna teve a ideia quando encontrou em uma rodovia uma ninhada com sete filhotes, ainda com sangue do parto, sendo atacados por formigas



  • Bruna teve a ideia quando encontrou em uma rodovia uma ninhada com sete filhotes, ainda com sangue do parto, sendo atacados por formigas
A cidade de Lages, na serra catarinense, teve manhã com frio abaixo de 0 °C ao longo da semana. Apesar da temperatura negativa, muitos cães de rua sentiram menos frio porque dormiram nas casinhas instaladas pelo grupo Ajude um Animal de Rua, que irá disponibilizar 500 moradias térmicas nos próximos meses.
A empresária Bruna Uncini, 26, ajudava esporadicamente animais abandonados. Levava cães doentes ou atropelados para o veterinário, organizava campanhas de adoção, mesmo assim, achava que fazia pouco. "Percebi que meu trabalho de formiguinha não estava funcionando. Por mais que eu ajudasse um animal, outros estariam desamparados", disse.
O gatilho para essa percepção foi a noite do dia 24 de abril. Bruna encontrou em uma rodovia uma ninhada com sete filhotes, ainda com sangue do parto, sendo atacados por formigas. Eles foram abrigados e receberam tratamento, mas só um sobreviveu.
Para agir em defesa dos animais, Bruna se uniu a Bruno Hartmann, da Gerência de Proteção Animal de Lages, e Clênia Souza, voluntária do Adote. Os três cadastraram 500 animais abandonados. Em seguida, criaram uma campanha para pedir ajuda aos comerciantes da cidade. Cada comerciante oferece R$ 118, paga a casinha e em troca é colocada uma placa com o nome do comércio. "É benéfico para todos. Os animais sobrevivem ao frio e os empresários têm uma chance de investirem em marketing positivo", disse Bruna.
Cicero Pereira Neto é um dos empresários que colaborou com a boa ação. "Apoio o projeto porque ele é bem estruturado. Num primeiro momento, busca diminuir o sofrimento dos animais. Muitos não sobrevivem ao clima de Lages. Num segundo, trabalha na questão da saúde pública, vacinando e castrando", afirmou.
Até o momento, foram instaladas 83 casinhas, mas nos próximos dois meses serão colocadas as 500. Enquanto isso, há cães dividindo o espaço. As moradias ecológicas são confeccionadas pela DW Artesanato, de Rio do Sul, e são térmicas --armazenam 40% de calor.
Reprodução/Facebook
"Percebi que meu trabalho de formiguinha não estava funcionando", diz a idealizadora do projeto
Cada uma tem uma placa: "Essa é minha casa, fui abandonado. Por favor, me ajude com água e comida. Se não puder ajudar, tudo bem, mas, por favor, não me faça nenhum mal, eu não faço mal a ninguém. Obrigada!".
As casinhas estão sendo colocadas há um mês e nenhuma foi roubada. Ao contrário, muitas receberam travesseiros, cobertores e potinhos com água e ração. Na fanpage do projeto muitas pessoas avisam sobre locais onde há cães abandonados. A massoterapeuta Daniane Zazeka, por exemplo, informou que na praça Sete de Setembro, no bairro Boa Vista, havia cinco cães. No dia seguinte, as casinhas foram instaladas. E Daniane levou cobertores, água e ração para recepcionar os futuros inquilinos.

Projeto continua

O projeto tem outras duas etapas. Após as instalações das casinhas, que são demoradas pelo tempo de montagem, os animais serão vacinados e castrados, para que sejam evitados novos ciclos de abandono.
Por fim, Bruna e os parceiros irão às escolas fazer um trabalho de conscientização. "Gostaríamos de alertar sobre a irresponsabilidade de abandonar um animal. Muitos são jogados fora quando ficam velhos ou adoecem. É preciso que os estudantes reflitam sobre a desumanidade cometida para que haja uma transformação", enfatizou Bruna.
O exemplo do Ajude um Animal de Rua poderá ser levado a outros Estados brasileiros. Os voluntários já receberam ligações de São Paulo, do Rio de Janeiro,Minas GeraisParanáRio Grande do Sul e Mato Grosso. São pessoas que apoiam a campanha de arrecadação criada por Bruna. Até o momento, foram arrecadados R$10,6 mil. Outras pessoas dispostas a ajudar podem doar clicando aqui.

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Fonte UOL NOTICIAS

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