Tecnologias desenvolvem um novo formato de radioterapia

Equipamentos diminuem a toxicidade da radiação no paciente e mantem a radioterapia no futuro da luta contra o câncer
Por Da Redação - Publicado 11/04/2016 - Atualizado 11/04/2016
Tecnologias desenvolvem um novo formato de radioterapia
Radio-oncologista Dra. Ana Carolina de Rezende está entre os especialistas que participam de palestra gratuita sobre o futuro da luta contra o câncer
Quem nunca ficou com receio ao ouvir a palavra ‘radioterapia’? O tratamento, muito utilizado em vários tipos de cânceres, ainda assusta a população pela radiação e por seus reflexos no organismo. Mas, a aposta dos especialistas é que se acabem com as antigas máquinas de cobalto, e se diga olá para um novo modelo mais seguro e com menos chances de toxicidade.
Durante a definição médica do tratamento do tumor, a radioterapia pode ser muito útil, pois é uma técnica minimamente invasiva ao contrário de uma opção cirúrgica. Mas todas as formas de combater a doença, independente de quimioterapia, imunoterapia ou hormonioterapia, podem ser aliadas com a radioterapia no tratamento em conjunto, garante a Dra. Ana Carolina de Rezende, radio-oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). 
“A radioterapia pode entrar em diversas etapas ou até sozinha no tratamento. A estratégia vai depender do tipo de tumor. Em alguns casos, ela inclusive, é indicada como terapia principal”, explica.  
Essa flexibilidade de misturar os tratamentos é um grande ganho para o paciente. “Os tumores são mutáveis, então é difícil ter um medicamento único para trata-los. Suas naturezas são tão distintas, quanto mais armas tivermos melhor”, aponta a especialista.  
Hoje, apesar de toda tecnologia para aumentar a eficiência dos equipamentos, a radioterapia em muitos lugares ainda é realizada com máquinas antigas de cobalto, que aplicam a radiação em toda a região afetada. Com a introdução dos novos equipamentos e técnicas será possível selecionar com mais foco e atingir apenas a região do tumor, diminuindo a ação sobre outras células em seu entorno que ainda permanecem saudáveis.  
Mas onde entra a radioterapia no tratamento do câncer?
Em casos de câncer de mama, por exemplo, o tratamento costuma ser multidisciplinar. Algumas mulheres com tumores iniciais podem, no entanto, ser poupadas da quimioterapia e simplesmente realizar a cirurgia seguida de radioterapia. Como as mamas estão localizadas em uma região delicada, por causa do pulmão e coração, algumas técnicas novas de respiração controlada ajudam a diminuir a incidência de radiação no coração. 
Já no câncer de próstata é muito usual indicar a radiação como tratamento principal. A radio-oncologista explica que seu tipo de células tumorais e sua localização favorecem esse tipo de terapia. “Na próstata, quando utilizamos boas técnicas de radioterapia como o IMRT, nós conseguimos isolar e focar melhor o local que receberá a radiação, protegendo muito bem os órgãos saudáveis adjacentes, e atingindo altos índices de cura com esse tipo de tratamento”. 
Apesar desses exemplos, a radioterapia pode ser utilizada em diversos tipos de câncer, inclusive nos linfomas que são sensíveis à radiação e apresentam resultados muito positivos nesse tratamento. No geral, a indicação sempre dependerá da espécie de tumor, tamanho e localização. 
Mas toda essa informação engloba o paciente, que por sua vez, precisa estar atento aos passos do procedimento. As escolhas são compartilhadas e paciente e familiares participam na decisão do tratamento. “Quando o paciente conhece o processo ele fica mais seguro e confiante, com até mais chances de cura”, afirma a médica. 
Quer saber mais? Na próxima terça-feira (12), a Dra. Ana Carolina de Rezende e outros especialistas em câncer participam de palestra aberta e gratuita à população no Hospital Albert Einstein. Este e outros temas serão debatidos em comemoração ao Dia Mundial da Luta Contra o Câncer.
Serviço
Palestra “O futuro da luta contra o câncer” 
Hospital Israelita Albert   Einstein,
Informações: relacionamentooncologia@einstein.br 

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