FERNANDA MARTINS

Olá Flávia tudo bem?
Bom vim contar minha história porque acredito, assim como você e todas as cats, que quanto mais se falar no assunto e mais mostrarmos que o câncer não é tudo isso que dizem, melhor.
Minha história começa em janeiro quando tirando o sutiã senti uma dor na lateral do seio esquerdo. Achei que era nódulo de gordura. Fiz um ultrasom que mostrou que eu tinha um cisto, e atrás um nódulo de mais ou menos 2 cm. Fiz punção depois de mostrar pra um médico mas decidi voltar com o resultado a outra médica, por ter sido bem mal atendida da primeira vez. Ela viu a punção e o ultrasom, e após uma longa entrevista e um minucioso exame clínico, ela me pediu uma mamografia e a biopsia. Disse que o que ela sentia não condizia com o que mostrava o ultrasom, e que ele havia crescido como eu andava mesmo sentindo, e que provavelmente já estava com 6 cm (era o mês de abril) e que ela havia ficado extremamente preocupada. Perguntei se era câncer e ela disse que só os exames que ela pediu confirmariam mas que era pra eu ficar despreocupada pois no meu estado eu poderia fazer tanto a quimio quanto a mastectomia. Qual era meu estado? Grávida de quase seis meses. Recebi o diagnóstico aos seis meses de gestação que confirmavam a gestação. O que eu fiz? Piada! Como assim iam retirar minha mama toda? Eu ia ficar capenga pro lado direito? Ia ficar desalinhada que nem um carro, puxando mais pro lado direito? Sim! Eu iria. Como assim eu ia ficar careca quando minha filha nascesse e ela tomaria um susto? Uhum, iria. Não entreguei os pontos nem um minuto sequer. Apesar do fiduma (dei nome pro tumor sim, fiduma mãe, fiduma égua, fiduma piiiiiiiiiii rsss) ser bastante agressivo, crescendo bem rápido, decidi que iria continuar vivendo minha vida, minha gravidez, e meus filhos. Tenho 5 contanto com a fadinha Mariana que nasceu super saudável após passar pela mastectomia radical e uma quimio junto comigo, em julho. Agora me diz, com tantos motivos pra viver, vou me preocupar mais que o estritamente necessário com essa doença? A tá! Apenas na primeira quimio meu marido me levou. Depois fui em todas sozinha. Fui e voltei, dirigindo, com o som do carro no máximo como se eu estivesse indo pra balada. Quase não tenho efeito colateral. Vou pro quinto ciclo de quimio branca e vermelha juntas agora dia 16. Depois que acabar bem a radioterapia. Não reclamo. Tenho que fazer não tenho? Tive tantos motivos pra me desesperar! Câncer de mama, triplo negativo, grávida, depois que nasceu tive infecção na cesárea, foram três semanas de antibiótico, minha cara parece uma roseira de tanta espinha, tô com cara de tartaruga. Mas olhar meus filhotes e ver que estou aqui, viva, com eles, não tem preço. Só tenho a agradecer, principalmente por Deus ter mandado essa doença pra mim, e não pra um deles.
Obrigada por ser uma das inspirações pra que eu criasse a minha página no face pra contar minha história.
Beijos!
Fernanda Defourny Martins
São Paulo – SP
mãe, mulher, monoteta e FELIZ!!!

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