Maioria dos tipos de câncer começa por acaso, afirma pesquisa americana

Saber que nem sempre é possível prevenir o câncer pode ajudar a diminuir o sofrimento de muitos pacientes que se sentem culpados pela doença.





Um estudo de cientistas americanos ganhou destaque,no mundo todo.
Os pesquisadores dizem que a causa da maioria dos tipos de câncer começa por acaso, e independe do estilo de vida das pessoas.
Os genes que a gente herdou e os hábitos durante a vida. Esses dois fatores não são suficientes para responder à pergunta: o que leva uma pessoa a ter câncer?
Um estudo da Universidade Johns Hopkings, nos Estados Unidos, publicado nesta sexta-feira (2) na prestigiada revista científica Science, diz que dois terços dos casos de câncer são resultado de uma loteria no processo de divisão das células-tronco.
Os cientistas explicam que elas estão em constante renovação no nosso corpo. E quanto mais se dividem, maior o risco de ocorrer uma mutação, um defeito genético aleatório que leva à doença.
Depois de cruzar o número de divisões das células com o risco da população desenvolver câncer em 31 órgãos diferentes, os pesquisadores concluíram: na maioria das vezes, é pura falta de sorte. Como nos casos de câncer nos ossos, no esôfago, no pâncreas e alguns tipos de leucemia, que é o câncer do sangue e da medula óssea.
Saber que nem sempre é possível prevenir o câncer pode ajudar a diminuir o sofrimento de muitos pacientes que se sentem culpados pela doença. Mas os cientistas lembram que muitos tipos de câncer estão sim associados a maus hábitos, e que é preciso evitá-los.
Beber muito, ficar muito tempo exposto ao sol e fumar aumentam os riscos de desenvolver câncer de colo e do reto, de pele, e de pulmão. Um em cada cinco casos de câncer de pulmão é provocado pelo cigarro. O câncer pode ser determinado por um jogo de dados nas nossas células mas quem leva a vida de forma saudável tem um risco menor.
Edward Benz, presidente do centro de câncer da Universidade de Harvard, diz que a pesquisa tem resultados interessantes, mas que precisam ser comprovados em populações específicas.
“O lado bom do estudo é reforçar a importância do diagnóstico precoce, que aumenta as chances de cura, e da prevenção. Ninguém deve abrir mão de levar uma vida saudável”, diz.
Uma mensagem que a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica reforça. “Você não está isento de ter uma doença como o câncer, porque para ter uma doença como essa basta você estar vivo e ter células. Agora, em nenhuma circunstância, ‘eu corro todo dia, tenho uma alimentação saudável. Nada disso adianta?’. Claro que adianta. Estilo de vida também contribui para essa situação”, afirma Evanius Garcia Wiermann, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

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