A vitória da vida


Por Flavia Maoli


O post de hoje é também uma alegria do dia/da vida! Paulo Henrique Velloso.

Pra quem não viu ou não lembra, clique aqui pra ler a história do Paulo.
Pra quem não viu ou não lembra, clique aqui pra ler a história do Paulo.
Paulo Henrique enfrentou o câncer TRÊS vezes – e três tipos diferentes! Isso já faz anos, e  hoje em dia, Paulo é engenheiro e triatleta nas horas vagas. Mas não é qualquer triatleta: ele APENAS já participou de dois ou três (tô perdida nas contas!) competições do Iron Man – uma prova de triatlo que pode demorar até 17 horas!!!
Tipo… IronMan não é pra qualquer um, bebê!

Enfim, o que eu vim dizer é que hoje tive o PRAZER de abrir meu Facebook e dar de cara com a postagem do Paulo Henrique, que reproduzo abaixo.
OBS: Bocas d’água do meu Brasil, preparem os lencinhos que aí vem lágrimas!!!

“Há exatamente dois meses atrás, no dia 16 de novembro de 2014, chegava ao mundo nosso filho Francisco.
Sempre sonhei em ter um filho. Ficava imaginando como seria a carinha dele, se seria parecido comigo, como seria a personalidade, a voz, etc.
No entanto, os tratamentos aos quais fui submetido nos três cânceres que enfrentei, prejudicaram muito minha fertilidade, me deixando com algumas dúvidas se realmente conseguiria ter um filho, se não deveria imaginar minha vida e meu futuro de outra forma.
Na verdade, após o primeiro câncer que tive, aos 17 anos, fiz um exame que detectou a ausência de espermatozoides. Ou seja, seria impossível ter um filho.
Como já esperávamos por isso, “guardei” (antes de iniciar o tratamento) alguns filhos em um banco de sêmen em Porto Alegre, o que deveria ser fundamental para que um dia pudesse realizar meu sonho.
Após o terceiro câncer que tive, aos 23 anos, fiz novos exames para verificar minha fertilidade, os quais apontaram que apesar de ter espermatozoides, eles eram poucos e com uma mobilidade muito baixa.
Ao consultar uma médica especialista, ela nos orientou a fazer a fertilização, pois tentar ter um filho naturalmente seria muito difícil.
Apesar da fertilização ser uma técnica muito utilizada hoje em dia e responsável pelo nascimento de muitas crianças, eu tinha um pouco de medo, pois existem chances dos tratamentos não darem certo. Além disso, os custos são elevados, e não sabíamos exatamente quando poderíamos começar com o tratamento.
Nosso filho era, então, muito desejado, e quando menos esperávamos, veio a notícia.
Lembro que a Thaís estava muito inquieta naquela noite, estava estranha. Perguntei a ela o que era, e ela me respondeu: “Eu não queria te falar agora, pois queria confirmar primeiro. Mas fiz um teste de farmácia e acho que estou grávida!”.
Que notícia maravilhosa! Acho que nunca vou me esquecer daquele momento e daquela sensação!
Nossa sementinha forte veio para nossas vidas assim de repente!
No outro dia compramos alguns exames de farmácia e todos confirmavam: estávamos grávidos!
Engraçado que esses exames são a coisa mais simples do mundo: apareceram dois risquinhos no palitinho está grávida. Apareceu só um não está. E mesmo assim lemos e relemos as instruções, não acreditando que aquela notícia maravilhosa era realmente verdade!
Paulo e sua esposa Thaís.
Paulo e sua esposa Thaís MUITO grávidos!
Acompanhei a gravidez bem de perto, fui a todas as consultas, a todos os exames.
Que emoção quando vimos o rostinho dele no ultrassom 4D. Que emoção ouvir aquele coraçãozinho batendo a quase 200 bpm.
No dia 15 de novembro tivemos um sinal (pensamos que a bolsa tinha rompido).
- É hoje! – falamos
Na noite daquele mesmo dia a Thaís começou a sentir as contrações.
Às 8h45min do dia 16 de novembro, o Francisco nasceu. Um parto natural, na água. Que emoção ver aquele rostinho pela primeira vez! Tão pequenino, frágil e assustado por conhecer o mundo aqui fora.
É muito interessante como a paternidade nos desperta vários sentimentos. Além de toda a preocupação com o bem estar, saúde e futuro dele, acho que também passei a ser mais cuidadoso comigo mesmo. Tento dirigir com mais cuidado, mesmo ansioso para encontrá-lo.
Um desejo de ser uma pessoa melhor, um bom pai. Sei que não é fácil, que errarei muitas vezes e acertarei algumas, mas tudo o que mais quero é que ele seja feliz. 
Gosto de dizer que foi uma “vitória da vida”, pois contrariando as probabilidades, nossa sementinha forte veio para completar nossa família e nos fazer ainda mais felizes.
Ah, se eu soubesse, aos 17 anos, desse capítulo que ainda estava para ser escrito na minha vida!” 
Paulo Henrique Velloso
Paulo e Chico: fofura define!
Paulo e Chico: fofura define!

Lindo, né?! Confesso sem nenhuma vergonha que me lavei chorando quando li essa mensagem!!! Não só pela alegria da notícia em si, mas também por saber mais detalhes – eu já sabia que o Paulo e a Thaís tinham “congelado filhos”, mas não sabia se haviam feito o tratamento para ter o Francisco. Quando li tudo isso, vi muito de mim, e de muitas outras pessoas que estão enfrentando o enfrentaram o câncer recentemente. 
Ainda não sei se vou poder ter filhos – meus exames hormonais ainda estão bastante alterados pós transplante – e às vezes me pego pensando nisso. Pensando em um futuro muito, muito distante: primeiro, porque mesmo se não tivesse tido câncer, ainda não me sinto pronta para ser mãe; segundo, porque sou solteira; terceiro, porque depois de usar tantas drogas, não sei se arriscaria engravidar; e quarto, porque depois do transplante, o tempo mínimo para se esperar é de uns 5 anos mais ou menos. Ou seja, sem gestação pra mim pelo menos até 2018! 
E aí, ler uma notícia maravilhosa dessas, me lembra de duas certezas: de que não adianta a gente se preocupar com o futuro distante, e de que a vida sempre nos reserva surpresas – e muitas delas são assim, maravilhosas e bochechudas!!!!
Paulo e Thaísmais uma vez parabéns pelo Francisco e pela família linda que vocês formam!!! Que vocês sejam sempre cada vez mais felizes, e o Chico a cada dia descobrindo o mundo e a vida!



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