Estudo revela que câncer de mama altera estrutura óssea, o que permite sua propagação pelo corpo


Estudo revela que câncer de mama altera estrutura óssea, o que permite sua propagação pelo corpo

Pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, descobriram que o câncer de mama altera a estrutura óssea facilitando que a doença se espalhe pelo corpo. A descoberta é vista pelos cientistas como um passo importante para obter estratégias para frear a propagação da doença.
Segundo o estudo, publicado na revista “Nature”, é possível proteger os ossos da influência do câncer. Os cientistas descobriram que os pacientes com o câncer secundário apresentavam altos índices da enzima LOX, produzidas pelo tumor e liberadas no sangue. Experimentos com ratos revelaram que a enzima interrompe o processo constante de reconstrução dos ossos, deixando lesões e buracos no tecido, o que permite que o câncer se espalhe. Assim, o uso de medicamentos para bloquear a ação da LOX impediu a disseminação da doença.
“É um avanço importante para impedir as metástases do câncer de mama. As células cancerígenas no tumor primário estão fertilizando o solo para seu próprio crescimento. A LOX está mudando o ambiente no osso para torná-lo melhor para o crescimento do câncer”, afirmou Alison Gartland, pesquisador da universidade, em entrevista à BBC.
Além disso, a pesquisa mostrou que medicamentos chamados bisfosfonatos também são capazes de impedir a propagação dos tumores pelo corpo, uma vez que atuam na maneira como os ossos se reconstroem, viabilizando o fortalecimento da estrutura. Cerca de 85% dos cânceres de mama que se espalharam pelo corpo acabam no osso, neste ponto a doença se torna mais difícil de tratar e a probabilidade de morte do paciente é maior.
O efeito da descoberta se aplica somente ao câncer de mama do tipo Receptor de Estrogênio Negativo, que corresponde a um terço dos casos da doença nessa região do corpo, mas é um dos tipos mais mortais. Os pesquisadores indicam ainda que os resultados da pesquisa também podem ser aplicados ao câncer de cólon.

Publicado em O Globo  em 28/05/2015

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